a sete chaves

O estrupo é algo abominável, um crime hediondo vil covarde, pois sempre o algoz está em vantagem sobre sua  vitima,  tendo completo domínio sobre ela, mas o que é mais nocivo são as sequelas que ele deixa, pois são irreparáveis.

Acredito que deveria haver um estudo aprofundado  sobre os traumas de quem já passou por um estrupo, mas se sabe que muitas das vitimas por vergonha não ajudam a esclarecer os fatos preferindo suportar os distúrbios, para não se sentirem humilhadas, de terem que confessarem o que assola suas mentes.

Falo por mim sou uma mulher com trinta e oito  anos, mãe de três filhos casada com o único homem que conheci, que foi o único em toda minha vida, até  o fatídico dia que fui violentada por dezesseis garotos , numa rebelião numa casa de recuperação de menores infratores, onde trabalhava como carcereira.

Lutei com todas as minhas forças para não permitir ,que se consumasse aquele  ato de violência sobre meu corpo , mas foi uma luta inglória, subjugada dominada fui violentada de todas as formas, por cada um deles, que com requintes de crueldade violaram , usufruíram do meu corpo em duplas, trios, sarcásticos, detonaram minhas entranhas me deixando totalmente arrombada.

Quando tudo aquilo cessou meu estado era deplorável, fui socorrida e passei três meses num hospital, me recuperando das sevicias que sofri,  depois comecei a fazer analise, passando por uma psiquiatra, que faz meu tratamento.

As vezes sinto que deveria contar realmente, o que eu senti nas mãos daqueles garotos naquele dia mas por vergonha eu omito, os gozos que senti no desenrolar daquela curra.

Meu marido não permitiu que eu voltasse a trabalhar, minha medica sempre diz que estou curada que não tenho sequelas nem traumas daquilo tudo, mas sei que não e bem assim.

Pois sempre que posso percorro ruas e vielas da periferia em busca de novinhos para me pegarem em duplas.

Penso em descrever tudo que senti naquele dia, mas não estou preparada, mas se  conseguir escrever, venho aqui compartilhar com vocês