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Fui dominada e me arrependi

Publicado em 06/10/2021 por Julia

Mesmo ninguém sabendo quem sou eu, não me sinto a vontade de contar isso.

Sinto vergonha. Muita vergonha. Sempre fui direita. E nem quando nova, eu me permitir certas coisas.

Até costumava repreender minhas primas. Mas isso… O que dá na gente?

Só pode ser o coisa ruim mesmo. Foi no meu trabalho. Com um colega. Ele tinha só uma semana de casa.

E eu nunca dei liberdade pra ninguem. E olha que recebia cantada direto.

Mas sempre me dei ao respeito. Sempre tive compostura. Mas esse rapaz, que poderia ate ser meu filho, disse uma coisa pra mim, que realmente mexeu comigo.

Até meio bobo, o que disse. Mas como disse foi fatal.

No corredor dos banheiros. Tem câmeras. Ele foi tao discreto e certeiro no meu ouvido, que eu ate arrepiei.

Eu fui pra casa no sentindo mal por ter sentido calor.

Por ter ficado excitada. Me toquei no banho. E so por isso, ja me senti pessima.

Mas não conseguia parar de imaginar aquelas coisas, “Vou ficar te encarando, quando voce estiver indo”.

Por que aquelas palavras mexeram tanto comigo?

A ponto de eu me tocar pensando nele?

Eu nem reagi.

Não consegui dizer nada. Só fui para o escritório.

Evitei olhar pra ele o resto do dia. E as horas não passavam.

E ele que sabia como me provocar, com aqueles olhares furtivos, mas fatais.

E sempre quando eu cedia ao impulso de olhar.

Estava mais que na cara que eu estava pegando fogo.

E quando dava, eu reparava mas pernas e na bundinha dele.

E ate chegava a transpirar.

No dia seguinte eu tinha que ficar ou pouco mais.

Era meu dia de fazer o fechamento.

Todos ja estavam liberados. Inclusive ele. Mas ele se despediu do pessoal e foi para o banheiro.

E de repente eu fiquei aterrorizada. Não era possivel.

Ficamos só nós dois la dentro.

O chefe voltou para pegar a chave que havia esquecido.

Eu senti um alivio quando ele apareceu. Pedi pra ele fechar pra mim, quer tinha surgido um imprevisto.

Mas ele disse que não tinha como, que estava ate atrasado para um compromisso. E assim ele saiu.

Pouco tempo depois o “coisa ruim” saiu do banheiro.

Eu mal conseguia respirar. Não conseguiria falar uma unica palavra.

Estava tremendo ate a alma.

Então ele pegou sua mochila e se despediu de mim.

Que alivio eu senti naquele momento.

Mas não consegui falar.

So balancei a cabeça. Ele foi até  a porta e voltou.

Nossa! Ele veio me encarando. Igual meu gato quando ve algum passarinho no quintal.

Eu não conseguia parar de tremer.

Ele perguntou se eu estava bem. Eu respondi que sim.

Mas foi dificil dizer. Uma unica palavra. Mas quase que não saiu.

Ele se aproximou. E um pouco mais. Eu disse não.

Gaguejando e a ponto de gritar de pavor. Ele perguntou, não o que.

E quando levantei a cabeca, as pernas dele estavam perto demais.

Ele estava perto demais. E eu só conseguia falar não.

Mas ele ja estava passando a mao nos meus cabelos. E na minha nuca.

E o polegar no meu ouvido. Fez sinal de silêncio e se abaixou. Eu fechei os olhos.

Não tinha defesa. Qualquer poder de decisão ja tinha me abandonado por completo.

Ali era somente o meu corpo. Sucumbindo aos instintos mais primitivos. E com os dedos em meu queixo, forçando meus lábios a se abrirem com o polegar, ele me roubou um beijo. Foi aquele beijo. Nem quando jovem senti algo parecido.

Depois desse primeiro contato, eu fui totalmente dominada pelos meus instintos e desejo. E nós fizemos amor ali mesmo.

E eu não respondia por mim.

Nem me dei conta de que haviam câmeras pra toda parte.

Antes de apagar os arquivos da ultima hora, depois dele ja ter decido, eu saiba fiquei excitada como nunca, vendo o que haviamos feito.

Não foi facil pra mim esse dia.

Consegui acabar com isso, por telefone. Disse pra ele nunca mais nem ousar me encostar.

Eu briguei com ele. Com um odio como nunca havia sentido.

E ate hoje não nos falamos.

E como se nunca tivesse acontecido. De fato, eu sinto um odio dele do fundo da minha alma.

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